Monimiaceae

Macropeplus schwackeanus (Perkins) I.Santos & Peixoto

Como citar:

Marta Moraes; undefined. 2020. Macropeplus schwackeanus (Monimiaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

114.008,004 Km2

AOO:

64,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie é endêmica do sudeste brasileiro, possui distribuição fragmentada entre os estados de MG e ES sempre com ocorrência entre 1600 a 1800 metros de altitude (Lírio, 2018). Coletada nos estados da BAHIA, município de Abaíra (Harley H52038); ESPÍRITO SANTO, Ibitirama (Araújo 444); MINAS GERAIS, municípios de Catas Altas (Oliveira 89), Lima Duarte (Forzza 3247), Ouro Preto (Damazio s.n.), Rio Preto (Ribeiro 251), Santa Bárbara (Tameirão Neto 5304); RIO DE JANEIRO, município de Santa Maria Madalena (Martinelli 13224).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Marta Moraes
Revisor:
Critério: B2ab(iii)
Categoria: VU
Justificativa:

Arvoreta de 3 a 7 m de altura, endêmica do Brasil (Lirio et al., 2019), com ocorrência na Mata Atlântica e Cerrado, nas matas de grotões nos Campos Rupestres e nos Campos de Altitude, preferencialmente em solos úmidos, em altitudes em torno de 1600 e 1800 m (Lirio, 2018). Foi registrada nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, apresenta AOO=64 km² e oito situações de ameaça. A perda de hábitat é a principal ameaça à espécie, e sua região de ocorrência tem como principais ameaças a mineração, urbanização, ocorrência de queimadas, a agricultura e a pecuária. A região do quadrilátero ferrífero, mundialmente reconhecida como centro de diversidade e endemismo, tem sido intensamente explorada por atividades mineradoras desde os anos 30, uma situação que ainda persiste (MMA/ICMBio, 2010). Na Serra do Caraça, houve mineração de ouro e hoje há atividade mineradora de ferro alterando significativamente a paisagem do lugar (Machado, 2008). O município de Lima Duarte (MG) com 84856 ha tem 45% de seu território (38246 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2018). Na RPPN Santa Bárbara e no Parque Estadual do Caraça (MG) a silvicultura de eucalipto é marcante na paisagem, ocupando cada vez mais espaço (Machado, 2008). No Parque Nacional do Caparaó (MG e ES), a origem dos incêndios florestais tem sido principalmente o uso incorreto do fogo para renovação de pastagens (ICMBio, 2015). Embora registrada em Unidades de Conservação de proteção integral, suspeita-se que esteja havendo declínio contínuo na extensão e qualidade do habitat da espécie. Portanto, Macropeplus schwackeanus foi considerada Vulnerável (VU) à extinção, devendo ser incentivadas ações de pesquisa (distribuição e censo populacional) e conservação (in situ e ex situ, inclusão em Plano de Ação e Planos de Manejo) para garantir sua perpetuação na natureza.

Último avistamento: 2014
Quantidade de locations: 8
Possivelmente extinta? Não
Razão para reavaliação? New information
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2014 VU

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Rodriguésia 52(81): 97. (2001). Caracteriza-se pelas folhas coriáceas, margem inteira, raro 1-3 dentada, flores estaminadas com receptáculo cupuliforme, anteras externas oblongas, deiscentes por fenda longitudinal (Lírio, 2018).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Tamanho: circa • 20
Número de subpopulações: absolute • 6
Número de indivíduos na maior subpopulação: circa • 8
Detalhes: A espécie é conhecida em seis subpopulações distintas: Parque Estadual do Itacolomi (MG), Parque Estadual do Ibitipoca (MG), RPPN Santa Bárbara (MG), Parque Estadual do Caraça (MG), RPPN Santuário do Caraça (MG), Parque Nacional do Caparaó (MG e ES). A maior população com 8 indivíduos está localizada no Parque Nacional do Ibitipoca (MG).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Fenologia: perenifolia
Longevidade: perennial
Luminosidade:
Biomas: Cerrado, Mata Atlântica
Vegetação: Campo de Altitude, Campo Rupestre
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana
Habitats: 3.7 Subtropical/Tropical High Altitude Shrubland
Clone: unkown
Rebrotar: unkown
Detalhes: Árvores perenes com até 13 metros de altura, a espécie ocorre sempre em campos de altitude na convergência entre os biomas de Mata Atlântica e Cerrado (Lirio, 2018).
Referências:
  1. Lírio, E.J., 2018. Sistemática de Monimiaceae neotropicais. Tese de doutorado. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 293 p.

Reprodução:

Detalhes: Espécie dióica, iterópara, coletada com flores entre julho e novembro e com frutos em dezembro (Lírio, 2018).
Fenologia: flowering (Jul~Nov), fruiting (Dec~Dec)
Síndrome de polinização: entomophily
Dispersor: Provavelmente dispersa por aves, como nas demais Monimiaceae.
Síndrome de dispersão:
Polinizador: Não há informação de polinizador para a espécie.
Estratégia: semelpara
Sistema sexual: dioecious
Sistema: unkown
Referências:
  1. Lírio, E.J., 2018. Sistemática de Monimiaceae neotropicais. Tese de doutorado. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 293 p.

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas local medium
No Parque Estadual do Itacolomi (MG) o risco se dá pelo pisoteamento o acesso em locais restritos através do turismo (Gomes et. al, 2003).
Referências:
  1. (Gomes, L.M.R., Ribeiro, G.A., Griffith, J.J., 2003).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.1.3 Agro-industry farming habitat past,present,future regional medium
O Parque Estadual do Ibitipoca (MG) com 84856 ha tem 45% de seu território (38246 ha) convertidos em pastagem, sendo esta a principal ameaça (Lapig, 2018).
Referências:
  1. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 26 de janeiro 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.2 Wood & pulp plantations habitat past,present,future regional medium
Na RPPN Santa Bárbara e no Parque Estadual do Caraça (MG) a silvicultura de eucalipto é marcante na paisagem, ocupando cada vez mais espaço (Machado, 2008).
Referências:
  1. Machado, A.C.A.R., 2008. Ecoturismo na Serra do Caraça: contribuições da interpretação para a conservação ambiental. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1 Fire & fire suppression habitat past,present,future regional medium
No Parque Nacional do Caparaó (MG e ES), as origens dos incêndios florestais têm sido principalmente o uso incorreto do fogo para renovação de pastagens (ICMBio, 2015).
Referências:
  1. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – MMA, 2015. Plano de Manejo do Parque Nacional do Caparaó. http://www.icmbio.gov.br/parnacaparao/images/stories/PM_PNC--completo__PDF.pdf (Acesso em 12 de setembro 2019)

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
Em Minas Gerais, além dos instrumentos convencionais de fiscalização e multas ambientais , a nova lei florestal passou a tratar especificamente das questões de proteção à biodiversidade, consolidando as intenções do governo mineiro de reconstituir e conservar a rica diversidade biológica do Estado. No âmbito federal, a necessidade de se estabelecerem critérios e normas para criar, implantar e gerir as Unidades de Conservação levou à proposta de criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), instituído pela Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e sua regulamentação em 22 de agosto de 2002, pelo Decreto nº 4.340 (Biodiversitas, 2005).
Referências:
  1. http://www.biodiversitas.org.br/atlas/conservacaoMinas.pdf (Acesso em 27 de janeiro de 2020).
Ação Situação
1 Land/water protection on going
A espécie foi coletada nas seguintes UCs: Parque Estadual do Itacolomi (MG), Parque Estadual do Ibitipoca (MG), RPPN Santa Bárbara (MG), Parque Estadual do Caraça (MG), RPPN Santuário do Caraça (MG), Parque Nacional do Caparaó (MG e ES).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso